O presente estudo analisa a produção do cuidado pelo agente comunitário de saúde (ACS) na Saúde da Família, tendo como marcadores seu processo de trabalho, as tecnologias de cuidado e a caracterização da reestruturação produtiva. Teve como estratégia de pesquisa o estudo de caso e como fonte de coleta de dados a entrevista semi-estruturada e o grupo focal. Foram utilizados instrumentos do método cartográfico. Os resultados apontam para utilização extensiva de tecnologias leves e leve-duras na produção do cuidado, sustentada por um trabalho que teve como principal insumo o conhecimento adquirido pelo ACS na relação que estabelece com a família. Apesar de realizar um cuidado centrado no trabalho vivo em ato, governando ele mesmo suas ações e guiado por sua subjetividade, seu trabalho é subsumido pela lógica do modelo hegemônico, configurando uma permanente disputa em relação ao seu processo de trabalho. No que pese sua prática cuidadora e seu manejo acolhedor, não consegue contaminar a equipe que se encontra aprisionada pelo trabalho morto, instituído e organizado, dificultando o processo de reestruturação produtiva.
The current study analyzes the care provided by community health agents in the Family Health Program in Brazil, as characterized by their work process, the techniques they employ, and restructuring of their work. The research adopted a case study design, and data were collected with semi-structured interviews and focus groups. Instruments from the mapping method were used. The results indicate the extensive use of soft and soft-hard technologies in the production of care, backed by work in which the main input was the knowledge acquired by community health agents in the relationship established with target families. Although care centered on live work, in the act, where the community health agents determined their own actions, guided by their subjectivity, their work was subsumed by the logic of the hegemonic model, constituting an on-going dispute in relation to their work process. Despite their care and receptive management, community health agents were unable to "contaminate" the FHP team, shackled by defunct, established, organized work, thus hindering the restructuring process.