O objetivo deste trabalho foi verificar a proporção de início tardio da terapia anti-retroviral (TARV) e seus fatores associados. Estudo de corte transversal com pacientes de dois serviços públicos de referência (n = 310) em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Atraso no início da TARV foi definido como ter contagem de linfócitos T CD4+ < 200 células/mm³ ou manifestação clínica de imunodepressão grave. A maioria era do sexo masculino (63,9%) e não possuía plano de saúde (76,1%). A proporção de início tardio da TARV foi 68,4%. Grande parte (75,2%) iniciou TARV < 120 dias após a primeira consulta médica. Estar desempregado, realizar anti-HIV por indicação de profissional de saúde, < 2 consultas no serviço até seis meses antes do início da TARV e tempo entre primeira consulta para o HIV e início da TARV < 120 dias estiveram associados de forma independente com início tardio da TARV. São necessários estudos que avaliem o custo-efetividade da realização do anti-HIV como teste de rastreamento da população geral. Facilitar o acesso dos pacientes com resultado positivo aos serviços de referência pode contribuir para a redução do número de pacientes que iniciam tardiamente a TARV.
The main objective was to assess the proportion of delayed initiation of antiretroviral therapy (ART) and associated factors. This was a cross-sectional study of 310 patients enrolled in two public health centers in Belo Horizonte, Minas Gerais State, Brazil. Delayed ART initiation was defined as starting treatment with a CD4 count lower than 200 cells/mm³ or clinical symptoms of severe immunodepression at the time of first antiretroviral prescription. The majority of participants were males (63.9%), had no health insurance (76.1%), and started ART less than 120 days after the first medical visit (75.2%). The proportion of delayed ART initiation was 68.4%. Unemployment, referral by a health professional for HIV testing, fewer than two medical visits in the six months prior to ART initiation, and time between first medical visit and ART initiation less than 120 days were independently associated with the outcome. Our results suggest that every patient 13 to 64 years of age should be offered HIV testing, which could increase the rate of early HIV diagnosis, and thus patients that tested positive could benefit from timely follow-up and antiretroviral therapy.