Apresentam-se contribuições das medicinas alternativas e complementares (MAC) ao campo da promoção da saúde. Após contextualização das MAC, propõe-se um esquema para visualização de desafios e tensões da promoção da saúde, organizado em quatro eixos bipolares: (1) ações voltadas para o coletivo (sociais, "empoderamento" coletivo) vs. para os indivíduos; (2) ações intersetoriais vs. setoriais; (3) concepção de saúde positiva e ampliada vs. saúde como ausência de doença; (4) pedagogia diretiva vs. dialogal. Argumenta-se que as contribuições das MAC à promoção da saúde são dirigidas aos indivíduos e grupos e ao pólo setorial da promoção; são centradas em concepções positivas de saúde, sobretudo as racionalidades médicas vitalistas, portadoras de práticas de fortalecimento da saúde; e com potencial pedagógico "empoderador". São apontadas a relevância dessas contribuições pouco exploradas e dificuldades e diretrizes para sua viabilização no Brasil, relacionadas às suas conformações não científicas e pouco institucionalizadas e sua progressiva mercantilização.
This article presents some key contributions to health promotion by complementary and alternative medicine (CAM). After contextualizing CAM, the article proposes a scheme for viewing the challenges and tensions in health promotion, organized along four thematic lines: (1) actions impacting the collective (social, collective "empowerment") versus the individual; (2) inter-sector versus sectorial actions; (3) positive and expanded conception of health versus health as absence of disease; (4) directive versus dialogical pedagogy. The paper argues that the contributions of CAM to health promotion are oriented towards individuals and groups and to the sectorial pole of promotion; they are centered on positive conceptions of health, especially vitalist medical paradigms, including health-strengthening practices; and with "empowering" pedagogical potential. The article highlights the relevance of these contributions, largely overlooked in the past, and the difficulties and guidelines for enabling them in Brazil, related to their non-scientific and poorly institutionalized configurations and their steady commodification.