A depressão pós-parto é um transtorno de alta prevalência que pode comprometer a qualidade da relação mãe-criança. Este estudo pretende determinar a prevalência do referido transtorno, comparar a interação mãe-bebê nos grupos com e sem depressão e verificar a relação entre depressão, apoio social e estilos de relacionamento e disponibilidade emocional maternos. As participantes eram gestantes que pretendiam dar à luz no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo entre dezembro de 2006 e dezembro de 2008. A prevalência de depressão pós-parto em nossa amostra foi 28%. Não houve diferença significativa na relação mãe-criança no grupo com e sem depressão. Encontrou-se correlação positiva entre sensibilidade materna e escolaridade e entre sensibilidade e certas dimensões de apoio social e estilo de relacionamento. Conclui-se que a prevalência de depressão pós-parto em nossa amostra é mais alta que a média mundial, mas a sintomatologia depressiva não interfere significativamente na qualidade da interação mãe-bebê. A sensibilidade materna é influenciada por fatores sócio-cognitivos e afetivos.
Postpartum depression is a highly prevalent disorder that can interfere in the mother-infant relationship. This study aims to evaluate the prevalence of postpartum depression in our sample to compare mother-infant interaction in depressed and non-depressed mothers and to assess the relationship between maternal depression, social support, attachment style, and emotional availability. Participants were pregnant women who planned to deliver at the University of São Paulo Hospital between December 2006 and December 2008. Postpartum depression prevalence in our sample was 28%. No difference was found in emotional availability between depressed and non-depressed mothers. There was a positive correlation between maternal sensitivity and education, and between sensitivity and some dimensions of social support and attachment styles. We conclude that postpartum depression prevalence in our sample was higher than the average international rates, but that depressive symptoms do not impair mother-infant interaction. Maternal sensitivity is affected by socio-cognitive and emotional factors.