Objetivo foi analisar a efetividade dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no cuidado de portadores sofrimento psíquico em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Coorte prospectiva, com usuários de todos os CAPS do município em duas visitas domiciliares. Três variáveis de exposição terapêutica e duas da situação de saúde foram comparadas e estratificadas pela modalidade de atendimento e pelo tempo de freqüência ao serviço. Foram entrevistados 1.013 usuários na visita 1 e 875 na visita 2. Os transtornos mais freqüentes foram os de humor (39%), esquizofrenia (24%) e neuroses (13%). Mais de 50% recebiam atendimento intensivo ou semi-intensivo e quase 60% freqüentavam o serviço há três anos ou mais. Houve uma redução significativa na ocorrência de crises (p = 0,000), e o número de internações psiquiátricas foi menor entre aqueles em atendimento intensivo (p = 0,002) e com maior tempo de CAPS (p = 0,003). Entre os não-intensivos, diminuiu o uso de medicamentos (p = 0,032) e aumentou a participação em grupos (p = 0,000). Os CAPS podem ser considerados efetivos na assistência aos portadores de sofrimento psíquico.
The objective was to analyze the effectiveness of Psychosocial Care Centers (PCCs) for persons with mental disorders in Pelotas, Rio Grande do Sul State, Brazil. This was a prospective cohort study with users of the centers, based on two home visits. Three treatment exposure variables and two health status variables were compared and stratified according to treatment modality and time attending the health service. We interviewed 1,013 patients on the first visit and 875 on the second. The most frequent diagnoses were mood disorder (39%), schizophrenia (24%), and neuroses (13%). More than 50% were receiving intensive or semi-intensive care, and nearly 60% had attended the center for at least three years. There was a significant reduction in crisis reports (p = 0.000) and fewer hospitalizations among those in intensive treatment (p = 0.002) and with longer time attending the center (p = 0.003). Among non-intensive patients, there was a decrease in the use of medication (p = 0.032) and increased participation in groups (p = 0.000). The Psychosocial Care Centers can be considered effective for persons with mental disorders.