O objetivo do estudo foi o de analisar os aspectos demográficos e o padrão de mortalidade da população indígena aldeada do Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil, comparativamente ao da população total do estado. Foram calculados indicadores de mortalidade a partir dos dados obtidos do Sistema de Informação de Atenção à Saúde Indígena e do consolidado mensal, assim como, do módulo demográfico e do Sistema de Informações sobre Mortalidade do SUS. Observaram-se, na população indígena, comparativamente à do estado, maior proporção de indivíduos menores de 15 anos e menor de idosos e taxas mais elevadas de mortalidade em idades precoces e por doenças infecciosas e parasitárias. Os homens indígenas apresentaram taxas significativamente maiores para as causas externas, doenças do aparelho respiratório e doenças infecciosas. Entre as mulheres, apenas as causas externas e doenças infecciosas se destacaram. A grande importância dos suicídios na juventude apresentou-se como aspecto relevante. As condições de saúde da população indígena são piores que a da população total.
The present study aimed to assess mortality rates and related demographic factors among indigenous peoples in the State of Mato Grosso do Sul, Central-West Brazil, compared to the State's general population. Mortality rates were estimated based on data obtained from the Health Care Database for Indigenous Peoples and monthly patient care records as well as demographic data from the Brazilian Unified National Health System (SUS) and mortality data from the SUS Mortality Database. Compared to the overall population, among indigenous peoples there were proportionally more individuals under 15 years of age and fewer elderly, besides higher mortality rates at early ages and from infectious and parasitic diseases. Indigenous men showed significantly higher mortality rates from external causes and respiratory and infectious diseases, while among women the mortality rates from external causes and infectious diseases were higher. Suicide rates among young indigenous individuals were also particularly alarming. Indigenous people's health conditions are worse than those of the general population in Mato Grosso do Sul.