O objetivo deste trabalho foi investigar se o lazer sedentário está associado a um maior consumo regular de alimentos não saudáveis independentemente de indicadores sociodemográficos e de contexto familiar. A análise envolveu 59.809 escolares da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) conduzida em 2009. A variável resposta foi o lazer sedentário, definido como o tempo diário em frente à TV superior a duas horas/dia. As variáveis explicativas de interesse foram o consumo regular de refrigerantes, guloseimas, biscoitos doces e embutidos. Odds ratios (OR) e intervalos de 95% de confiança (IC95%) foram obtidos por regressão logística múltipla. A prevalência de lazer sedentário foi de 65%. O consumo regular de alimentos não saudáveis foi estatisticamente maior entre os que relataram lazer sedentário, antes e após ajuste por sexo, idade, cor da pele autorreferida, dependência administrativa da escola, índice de bens no domicílio e composição familiar. Esses resultados apontam a necessidade de intervenções que promovam, de forma integrada, lazer e dieta saudável entre os jovens.
The objective of this paper was to investigate whether sedentary leisure time was associated with increased regular consumption of unhealthy foods, independently of socio-demographic indicators and family context. The analysis included 59,809 students from the Brazilian National School-Based Adolescent Health Survey (PeNSE) in 2009. The response variable was sedentary leisure time, defined as watching more than two hours of TV daily. The target explanatory variables were regular consumption of soft drinks, sweets, cookies, and processed meat. Odds ratios (OR) and 95% confidence limits (95%CI) were obtained by multiple logistic regression. Prevalence of sedentary leisure time was 65%. Regular consumption of unhealthy foods was statistically higher among students reporting sedentary leisure time, before and after adjusting for sex, age, skin color, school administration (public versus private), household assets index, and household composition. The results indicate the need for integrated interventions to promote healthy leisure-time activities and healthy eating habits among young people.