Este artigo problematiza alguns processos de produção e veiculação de representações de maternidade, tomando como referência o Programa Nacional Bolsa-Escola, e insere-se no campo da teorização cultural, principalmente na perspectiva dos Estudos Culturais e dos Estudos Feministas, nas vertentes que têm proposto uma aproximação crítica com a análise pós-estruturalista. Para a operacionalização do trabalho, selecionei um conjunto de anúncios televisivos que divulgaram o Programa à população no primeiro ano de sua implantação. Exploro os anúncios com o intuito de analisar os diferentes modos de representar e significar a maternidade. Discuto como se organiza e divulga, no âmbito do Programa, um conjunto de ensinamentos e propostas a serem desenvolvidas, principalmente na família, a fim de buscar (re)colocar, sobretudo, as mulheres-mães e a educação das crianças no centro desses debates.
This work discusses and questions some processes of production and propagation of maternity representations, having the National Bolsa-Escola Program as its starting point, and localized in the field of cultural theory, mainly from the perspectives of both Cultural Studies and Feminist Studies, with a critical approximation to the post-structuralist analysis. In order to carry out the work, I have selected a series of television advertisements used to publicize the Program in its first year of implementation. I have explored these advertisements in order to analyze the different ways through which maternity has been represented and meant. I have discussed how a set of teachings and proposals was publicized in the Program so as to be mainly developed by the families, thus relocating women/mothers and childrens education into the center of those debates.