Este artigo parte de uma observação situada do presente e de algumas indagações acerca das possibilidades e limites da transmissão de um ideário - princípios, valores, metodologias, saberes, etc. - através do tempo. O feminismo, enquanto um movimento político coletivo, cujas demandas por reconhecimento e legitimação pressupõem estratégias de formação contínuas, enfrenta, de tempos em tempos, impasses que estão relacionados à sua existência no presente e continuidade no futuro. O artigo pretende problematizar conceitos e questões em torno do "envelhecimento" das gerações que deram sustentação à política feminista a partir da redemocratização, no Brasil, ao final dos anos 1970, constituindo, no País, o legado da chamada "segunda onda". Nossa perspectiva busca interrogar sobre os processos de mudança social, contingentes e necessários a uma política de "transmissão" e formação de novas gerações.
This article is based on an observation of the present and on some questions about the possibilities and limits of the transmission of a set of ideas - principles, values, methodologies, knowledge etc. - over time. Feminism, as a political and collective movement, which demands recognition and legitimacy, presumes strategies of permanent formation, and is confronted from time to time, with struggles that are related to its existence in the present and to its continuity in the future. The article aims at questioning concepts about the aging of the generations who gave support to feminist politics during the Brazilian re-democratization process in the late 1970s, which constituted itself the heritage of the so called "second wave". Our perspective aims to interrogate processes of social change, understood as contingent and also necessary, to a politics of intergenerational transmission.