OBJETIVO: Investigar a influência de determinantes demográficos e socioeconômicos, das doenças crônicas e da capacidade funcional sobre a autopercepção de saúde entre os idosos do Município de São Paulo e verificar a existência de diferenças entre os sexos quanto à autopercepção de saúde. MÉTODOS: O estudo foi desenvolvido com base em dados do Projeto Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento na América Latina e Caribe (SABE). Foram analisados os dados de 2 135 idosos (sendo 58,6% mulheres; idade média e mediana = 69,4 e 68,0 anos). A variável dependente foi a autopercepção de saúde (ruim ou boa). As variáveis independentes foram: as demográficas (idade, sexo, estado conjugal e arranjo familiar), as socioeconômicas (educação e renda), o número de doenças crônicas (hipertensão, artrite ou reumatismo, doença cardiovascular, diabetes, asma, bronquite ou enfisema, embolia ou acidente vascular cerebral e câncer) e a capacidade funcional. Para estimar a associação entre a autopercepção de saúde e as variáveis independentes e estudar as diferenças entre os sexos, foi realizada uma análise de regressão logística binária múltipla. RESULTADOS: A presença de doenças crônicas associada ao sexo do idoso foi o determinante mais fortemente relacionado à autopercepção de saúde no Município de São Paulo. Para os homens, a presença de quatro ou mais doenças crônicas implicou um risco 10,53 vezes maior de uma autopercepção ruim de saúde. Para as mulheres, esse risco foi 8,31 vezes maior. A capacidade funcional, o nível de escolaridade e a renda também foram altamente associados com a percepção de saúde, e a idade teve uma significativa influência. Na ausência de doenças crônicas, ou na presença de duas ou mais doenças crônicas, as mulheres idosas tiveram maior probabilidade de relatar uma boa autopercepção de saúde em comparação com os homens. CONCLUSÕES: Os resultados indicam a necessidade de ações integradas que abordem simultaneamente os principais fatores determinantes da autopercepção de saúde como forma de promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos.
OBJECTIVES: To investigate the influence that demographic determinants, socioeconomic determinants, chronic diseases, and functional capacity have on self-rated health among elderly persons (60 years and older) living in the city of São Paulo, São Paulo, Brazil, and to investigate the existence of differences between men and women in terms of their self-rated health. METHODS: The study was carried out using data collected in the city of São Paulo as part of a project called Health, Well-being, and Aging in Latin America and the Caribbean (the "SABE project"). We analyzed data on 2 135 elderly individuals (58.6% women; mean age, 69.4 years; median age, 68.0 years). The dependent variable was self-rated health (good or poor). The following independent variables were considered: (1) demographic ones (age, sex, marital status, and living arrangements (whether the elderly person lived alone or with others)), (2) socioeconomic ones (schooling and income), (3) the number of chronic diseases (hypertension, arthritis or rheumatism, cardiovascular disease, diabetes, asthma, bronchitis or emphysema, embolism or stroke, and cancer), and (4) functional capacity. To estimate the association between self-rated health and the independent variables and to study gender differences, a multiple binary logistic regression analysis was performed. RESULTS: The presence of chronic diseases in association with gender was the strongest determinant of self-rated health among the elderly in São Paulo. Among men with four or more chronic diseases, they were 10.53 times as likely to characterize their health as poor; among women with four or more chronic diseases, the ratio was 8.31. Functional capacity, schooling, and income were also strongly associated with self-rated health, and the influence of age was significant. The elderly women were more likely to report good self-rated health than were men when the women or men either had no chronic diseases or had two or more. CONCLUSIONS: Our results indicate the need for simultaneous, comprehensive actions in the health sector, social services, and the economic sector to address the main determinants of self-rated health in order to promote well-being and quality of life among the elderly.