OBJETIVO: Avaliar a prevalência, o reconhecimento, o tratamento e o controle da hipertensão em uma população brasileira em idade laboral. MÉTODO: Este projeto se insere em um estudo prospectivo com funcionários de uma universidade do Rio de Janeiro, Brasil (Estudo Pró-Saúde). A partir de aferições padronizadas de pressão arterial e da história de diagnóstico e tratamento da hipertensão, foi estimada a prevalência de hipertensão em 2 384 participantes de linha de base (1999 a 2001) do estudo. A partir daí, foram determinadas as proporções da população, segundo sexo e idade, que reconhecem o diagnóstico de hipertensão arterial, tratam essa condição e cuja doença encontra-se controlada com medicação anti-hipertensiva. RESULTADOS: Da população do estudo, 704 indivíduos (29,6%) foram classificados como hipertensos; desses, 573 (81,5%) reconheciam previamente sua condição (88,6% das mulheres e 71,6% dos homens). Dos hipertensos que reconheciam previamente a sua condição, 445 (77,8%; 88,8% das mulheres e 59,1% dos homens) estavam em tratamento com anti-hipertensivos. Por sua vez, dos hipertensos que estavam em tratamento, 287 (60,1%; 61,5% das mulheres e 57,4% dos homens) estavam controlados. Entre aqueles na menor faixa etária, os percentuais de reconhecimento e tratamento foram menores e o controle foi maior. CONCLUSÃO: Nessa população, reconhecimento, tratamento e controle da hipertensão foram superiores ao observado em grande parte dos estudos nacionais e internacionais. Considerando-se que a maioria da população reconhecia sua condição e se tratava, era esperada uma proporção maior de controle da doença. O controle adequado da hipertensão deve ser uma prioridade dos programas e serviços de saúde, especialmente entre os homens.
OBJECTIVE: To evaluate the prevalence, awareness, treatment, and control of hypertension in a working-age population in Brazil. METHOD: This project is part of a prospective study with employees at a university in Rio de Janeiro (Pró-Saúde Study). Based on standardized measurements of blood pressure and on the history of diagnosis and treatment of hypertension, we estimated the prevalence of hypertension in 2 384 participants from the baseline population (1999 to 2001) and determined what percentage, according to sex and age, were aware of the diagnosis of arterial hypertension, treated this condition, and had their disease controlled with anti-hypertensive drugs. RESULTS: Of the population under study, 704 people (29.6%) were classified as hypertensive; of these, 573 (81.5%) were aware of their condition (88.6% of females and 71.6% of males). Of those who were aware, 445 (77.8%; 88.8% of females and 59.1% of males) were being treated with anti-hypertensive drugs. In turn, of the hypertensive subjects being treated for this condition, 287 (60.1%; 61.5% of females and 57.4% of males) were controlled. Awareness and treatment rates were lower and control was higher in those in the lowest age range. CONCLUSION: In the study population, awareness, treatment, and control of hypertension were higher than has been reported by most national and international studies. Considering the fact that most individuals were aware of and treated their condition, a higher rate of hypertension control was expected. Adequate control of hypertension, especially among men, must be a priority of health programs and services.