OBJETIVO: Analisar a frequência da colpocitologia oncótica em jovens com pelo menos uma gravidez completa em Teresina, capital do Estado do Piauí, Brasil. MÉTODOS: Estudo transversal realizado de maio a dezembro de 2008. Foram coletados dados de 464 jovens, selecionadas por amostragem acidental, que finalizaram uma gravidez no primeiro quadrimestre de 2006 em seis maternidades da Cidade de Teresina. Investigou-se a frequência da coleta de colpocitologia oncótica. A frequência inadequada foi definida como coleta em intervalos maiores do que 1 ano. RESULTADOS: A média de idade das participantes foi de 20 anos. A frequência da colpocitologia foi semestral em 180 jovens (39,0%) e anual em 160 (34,5%). Quinze jovens (3,2%) nunca haviam feito a colpocitologia. A regressão logística simples mostrou que o não uso de contraceptivo na primeira relação sexual e não poder optar por atendimento ginecológico por homem ou mulher aumentou o risco em 48,0% (P = 0,049) e 49,0% (P = 0,044), respectivamente, para frequência inadequada de coleta do exame. A regressão logística múltipla mostrou que ter tido mais de uma gravidez elevou em 71,4% a chance de inadequação da frequência de coleta em comparação com ter somente uma gestação (P = 0,011). CONCLUSÕES: O fato de muitas jovens realizarem o exame de colpocitologia oncótica em intervalos menores do que 1 ano não melhora o rastreamento do câncer de colo uterino e pode onerar o serviço público de saúde. A multiparidade foi fator de risco para a frequência inadequada de coleta do exame, devendo esse aspecto ser considerado na assistência à saúde ginecológica de jovens.
OBJECTIVE: To analyze the frequency of Pap smear testing in young women with at least one pregnancy in Teresina, capital of the state of Piauí, Brazil. METHODS: A cross-sectional study was undertaken from May to December 2008. A convenience sample of 464 young women was selected, and data were collected using a pre-tested questionnaire. Women giving birth in the first four months of 2006, in six hospitals in Teresina, were included. Inadequate Pap smear frequency was defined as an interval of more than 1 year between tests. RESULTS: Mean age was 20 years. The frequency of Pap smear testing was every 6 months in 180 women (39.0%) and yearly in 160 (34.5%). Fifteen women (3.2%) had never had a Pap smear test. Simple logistic regression showed an increase of 48.0% in the risk of inadequate Pap smear frequency (P = 0.049) in women who did not use any contraceptive method at their first sexual intercourse, and 49.0% (P = 0.044) in those who were not able to choose between a male or female gynecologist when seeking health care services. On multivariate logistic regression, having more than one pregnancy increased the risk of inadequate Pap smear frequency by 71.4% in comparison to having only one pregnancy (P = 0.011). CONCLUSIONS: The fact that many young women had Pap smear testing at intervals shorter than 1 year does not improve cervical cancer screening and may burden the health care system. Multiparity was a risk factor for inadequate Pap smear frequency, an aspect that must be taken into account when providing gynecological care to young women.