OBJETIVO: Avaliar a percepção de hemiplégicos crônicos sobre o uso de dispositivos auxiliares (DA) na marcha. MÉTODOS: A partir de um banco de dados de 360 hemiplégicos, foram recrutados 23 indivíduos que utilizavam DA e preenchiam os critérios de inclusão. A média de idade foi de 58,4 anos, tempo pós-acidente vascular encefálico de 80,8 meses e tempo de uso do DA de 67,6 meses. Para avaliar a percepção dos participantes, utilizou-se um questionário padronizado, composto por cinco questões: impacto do DA na habilidade para descarregar peso no membro parético; impacto na habilidade para movimentar o membro parético; impacto na confiança; impacto na segurança; e impacto no jeito de caminhar. As respostas possíveis eram "melhorou", "não alterou" ou "piorou". RESULTADOS: Quatorze indivíduos utilizavam bengalas e nove utilizavam muletas canadenses; 21 (91,3%) utilizavam DA somente em vias públicas e dois (8,7%) utilizavam DA também em ambiente domiciliar. A percepção em relação ao uso do DA foi positiva nas quatro primeiras questões (6,87 < χ2< 29,83; 0,0001 < P < 0,03), com relatos de melhora na descarga de peso (82,6%), na habilidade de movimentar o membro parético (39,1%), na confiança para caminhar (82,6%) e na segurança (86,9%). Não foram observadas diferenças significativas para o item jeito de caminhar (χ2= 1,09; P = 0,30). CONCLUSÕES: A percepção dos indivíduos hemiplégicos crônicos foi positiva em relação ao uso de DA para deambulação, sugerindo que esses dispositivos podem melhorar a mobilidade e a independência durante as atividades de vida diária.
OBJECTIVE: To assess the perception of patients with chronic hemiplegia regarding the use of assistive walking devices (AWD). METHODS: Twenty-three individuals who met the inclusion criteria and used AWD were recruited from a database of 360 stroke survivors. Their mean age was 58.4 years, mean time since stroke was 80.8 months, and mean time using AWD was 67.6 months. To assess the participants' perception, was used a standardized questionnaire covering the impact of AWDs on five aspects: weight-bearing on the paretic limb; ability to move the paretic limb; confidence; safety; and walking style. Possible answers were "improved," "unchanged," or "decreased." RESULTS: Fourteen individuals used canes and nine used elbow crutches; 21 (91.3%) used AWDs on public roads and only two (8.7%) used AWDs at home. The perception regarding the use of AWDs were positive in the first four questions (6.87 < χ2 < 29.83; 0.0001 < P < 0.03), with reports of improvement in weight-bearing (82.6%), ability to move the paretic limb (39.1%), confidence (82.6%), and safety (86.9%). No significant differences were found in terms of walking style (χ2 = 1.09; P = 0.30). CONCLUSIONS: The perception of chronic hemiplegic subjects regarding the use of AWD were positive, suggesting that these devices can improve mobility and independence in activities of daily living.