OBJETIVO: Investigar se as práticas educativas realizadas nas unidades básicas de saúde de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, Brasil, atendem aos princípios da promoção da saúde. MÉTODOS: Este estudo descritivo analisou 33 práticas educativas de promoção da saúde para verificar se eram pautadas por cinco princípios, utilizados como categoria de análise: multicausalidade do processo saúde-doença, intersetorialidade, participação social, sustentabilidade e utilização de métodos dialógicos (participação ativa do sujeito na prática educativa, condução da prática de forma a proporcionar a construção do conhecimento e utilização de diferentes estratégias de ensino). A técnica utilizada foi a observação estruturada. Determinou-se a frequência de cada uma dessas categorias nas práticas avaliadas. RESULTADOS: A multicausalidade do processo saúde-doença foi a categoria mais incorporada às práticas educativas (73,0%), enquanto a intersetorialidade foi a menos incorporada (9,0%). Quanto ao uso de métodos dialógicos, 38,0% das práticas promoveram a participação ativa do sujeito, 6,0% proporcionaram a construção do conhecimento e 40,0% utilizaram diferentes estratégias de ensino. CONCLUSÕES: A maioria das práticas educativas não estava orientada ativamente em direção à promoção da saúde no sentido de fortalecimento da autonomia na gestão dos processos de saúde, da participação social e do emprego de abordagens dialógicas de ensino. Entretanto, observam-se movimentos de ruptura em relação aos modelos de educação hegemônicos na atenção primária.
OBJECTIVE: To investigate whether the educational initiatives carried out in basic health units in Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil, follows the principles of health promotion. METHODS: This descriptive study examined 33 educational health promotion initiatives to determine whether they were guided by five principles, used as categories of analysis: multicausality of the health-disease process, intersectoriality, social engagement, sustainability, and use of dialogic teaching methods (active participation of subjects in the learning process, planning the activity to generate new knowledge, and use of various teaching strategies). Structured observation was used for data collection. The frequency of each category was evaluated in each initiative. RESULTS: Multicausality was the most frequent category observed (73.0%), and intersectoriality the least frequent (9.0%). Regarding the use of dialogic methods, 38.0% of the initiatives promoted the active engagement of subjects, 6.0% promoted knowledge generation, and 40.0% employed a variety of teaching strategies. CONCLUSIONS: Most educational initiatives were not actively oriented toward health promotion, understood as the strengthening of autonomy and self-management of health processes, social engagement, and employment of dialogic teaching approaches. However, some progress has been made moving away from hegemonic models of education in primary health care.