Este estudo tem como objetivo tentar verificar a existência de uma relação robusta entre inflação e abertura comercial por meio do emprego da metodologia de dados em painel. Romer (1993), usando dados de cross-section para uma amostra ampla de países, concluiu que existe uma forte relação negativa entre essas duas variáveis. Diferentemente, Terra (1997, 1998), usando a mesma base de dados, mostra que isto somente ocorre para países cujo endividamento externo tem influência sobre a condução da política monetária, ou seja, países altamente endividados. Os resultados encontrados no presente trabalho, a partir da aplicação da metodologia para dados em painel, se aproximam daqueles obtidos por Terra (1997, 1998) e mostram que a correlação negativa entre inflação e abertura comercial desaparece quando se leva em consideração o efeito individual de cada país, sendo que ela somente persiste para países com médio e elevado grau de endividamento externo.
In this article we estimate the relation between inflation and trade openness [e.g; Romer (1993)] using modern panel data techniques. Our rationale is as follows: the higher the gains, in terms of product, in generating an inflationary "surprise", the greater the incentives will be for the government to effect such a "surprise". Therefore, in the absence of an independent monetary authority - or a credible monetary authority - able to restrain the governmental incentive to generate inflation, trade openness would act as a "brake" for the gains generated by the inflationary "surprise". Consequently, more open countries would have fewer incentives to generate inflation, thus pointing to a negative relation between inflation and trade openness.