A debênture vem se tornando um instrumento de captação cada vez mais importante para empresas não financeiras no mercado brasileiro e uma alternativa às elevadas taxas de juros cobradas pelos bancos comerciais em uma operação de financiamento. Um aspecto-chave para o desenvolvimento do mercado secundário deste instrumento é o correto tratamento do risco de crédito, que ocorre quando o emissor não cumpre suas obrigações contratuais. Este trabalho propõe e testa uma metodologia que determina a magnitude deste risco para uma carteira de debêntures de empresas emissoras brasileiras. A abordagem utilizada baseia-se no Modelo de Merton (1974) para bônus corporativos, que utiliza as fórmulas de Black-Scholes para o cálculo do preço de opções. Também são utilizadas técnicas de otimização para a determinação do risco da carteira. Adotando um modelo simples e de baixo custo computacional, chegamos a uma medida de risco mais conservadora do que a obtida com o tradicional modelo VaR (value at risk). Além disso, apresentamos uma metodologia para a obtenção da composição ótima da carteira de debêntures.
The debenture (corporate bond) is considered a fantastic financial instrument in terms of funding for the non-financial firms in the Brazilian market. The intermediation would be done in the capital market instead of through the commercial banks. The key issue for the development of this market is the financial engineering involving the credit risk (chance that the corporate issuer can default on its debt obligation). This paper proposes and tests a methodology to quantify this risk in a cross-section of Brazilian debentures. Our approach is based on Mertons (1974) asset pricing model that uses the Black-Scholes put option formula. The consequent optimization techniques allow us to infer the risk of debentures. By using a simple and low-cost model, we find a risk measure that is more conservative than the usual VaR (value at risk). Thus, we present a methodology for obtaining the optimum portfolio composed of debentures subject to the default risk.