A Teoria da Atribuição de Causalidade representa um interessante corpo teórico para analisar como os alunos explicam as suas situações de sucesso e de insucesso escolar. Este artigo analisa se essas atribuições causais se diferenciam de acordo com o gênero e o ano escolar dos alunos. A amostra foi composta por 868 alunos do 5º ao 9º ano de escolaridade. A avaliação recorreu ao Questionário de Atribuições de Resultados Escolares, no qual os alunos ordenam seis causas possíveis (esforço, método de estudo, bases/conhecimentos, ajuda dos professores, sorte e capacidade) consoante a sua importância na explicação dos seus sucessos e dos seus insucessos escolares. Os resultados sugerem que os alunos, independentemente do sexo e do ano escolar, associam os seus resultados acadêmicos (sucesso e fracasso) ao esforço, surgindo ainda para explicar o insucesso a falta de métodos apropriados de estudo. À medida que se avança na escolaridade, as bases de conhecimentos surgem mais valorizadas na explicação do sucesso escolar. Por outro lado, os rapazes parecem recorrer mais à capacidade para explicar o seu sucesso, e as meninas mais ao esforço e às bases de conhecimentos. Na explicação do insucesso, a falta de esforço e de método de estudo surgem mais valorizados que a capacidade conforme se avança na escolaridade, o que parece proteger a auto-estima dos alunos.
The causal attribution theory represents an interesting theoretical framework in which to analyze how students explain their academic success or failure. This paper analyzes if the causal attributions are different according to gender and school grade. The sample comprised 868 students from 5th to 9th grade. The evaluation of the attributions was conducted by means of a school results Attribution Questionnaire (known in Brazil as QARE), in which students rank six possible causes (effort, studying methods, academic background, teacher support, luck and ability) according to their importance in explaining personal academic successes and failures. The data suggest that students, regardless of gender and grade, related their academic achievement (success and failure) to effort, citing poor studying methods as a secondary reason to explain academic failure. Progressing through the school system, the academic knowledge base becomes more important when explaining success at school. On the other hand, male students resort more to ability to explain their academic success, while female students cite effort and existing academic knowledge. For the explanation of failure at school, effort and studying methods are more significant than lack of ability as their education progresses, which seems to reinforce the students' self-esteem.