Dirigimos a nossa reflexão neste texto para três questões: 1) Como se têm manufaturado novas formas de consentimento em situações de reestruturação em empresas que já se caracterizavam, no contexto brasileiro, por um tipo de gestão mais moderna das relações sociais de trabalho, como é o caso de indústrias de processo na cadeia químico-petroquímica? 2) Poder-se-ia dizer que uma nova alquimia organizacional dos interesses estaria em curso, a sugerir a possível emergência de um novo regime fabril? 3) Qual o lugar das estratégias e políticas empresariais com relação à qualificação neste novo arranjo institucional de interesses? Procuramos enfrentar estas indagações através da análise de quatro estudos de caso que tipificam situações diferenciadas em termos de posição das empresas na cadeia produtiva, propriedade de capital, perfil dos mercados regionais de trabalho, contextos sindicais, natureza do regime de welfare e tipo de cultura gerencial.
This article addresses three main questions: 1) Do managerial strategies in modern chemical plants produce new forms of individual consent towards organizational restructuring and intense work rationalization? 2) Is there a new institutional alchemy of interests indicating the emergence of a different kind of micro-regulatory institutions (a new factory regime)? 3) What is the role of human resources politics on skills and employability in re-shaping the institutional ambience? The answers emerge from the analysis of four case studies in Brazilian chemical-petrochemical plants which typify different situations in terms of: position in the productive chain, capital property, regional labor markets, unionism, welfare regime and managerial culture.