Os indígenas Pankararu começaram a migrar de Pernambuco há mais de 60 anos e somam mais de 2.000 pessoas em São Paulo. Devido à sua organização autônoma, eles foram o primeiro grupo indígena migrante do Nordeste a receber assistência de órgãos como a Funai e a Funasa, em São Paulo. Para tanto, passaram a promover apresentações de uma tradição religiosa até então restrita às suas aldeias em Pernambuco: o praiá. Este texto apresenta o contexto de construção da visibilidade dos Pankararu em São Paulo e a legitimidade dessa especificidade étnica através das apresentações dos praiás como um elemento paradigmático de sua "indianidade".
Over the last 60 years, the indigenous Pankararu migrate from Pernambuco to the city of São Paulo and now number more than 2000 people in this town. Due to their autonomous organization, they were the first native migrant group of the Northeast to receive some assistance of organs such as FUNAI and FUNASA, in São Paulo. But, for that, the Pankararu started to promote presentations of an ancient religious tradition hitherto restricted to their villages in Pernambuco: the mask praiá. This article presents the context of construction of the visibility of the Pankararu in São Paulo and the legitimacy of this ethnic characteristic through the presentations of the praiás like a paradigmatic element that characterizes the "way of being indigenous" Pankararu.