O "trânsito internacional" dos palestinos nos permite tratar das várias faces da experiência da diáspora. A diáspora tem sido uma categoria difundida por organizações de defesa da causa palestina que se confunde com a reivindicação de um Estado Palestino. É uma expressão que comporta um uso genérico como uma experiência "de todos os palestinos" que evadiram de um território originário. Uma outra expressão que encontro no trabalho de campo, é a diáspora referida a família "espalhada", que visita-se constantemente, entre cidades, entre países, mas que não se reúne em um único lugar, um lugar "de todos". Demonstro um dos eixos desta experiência de diáspora relacionada ao trânsito internacional. Viagens que são propostas pela família de orientação aos seus membros. A experiência pode ser vista como um momento da migração, a inserção de uma primeira geração, onde os laços familiares gradativamente vão se centrando no lugar escolhido para viver. Todavia, seja como uma característica de primeira ou segunda geração dos migrantes, as famílias são uma realidade intransponível neste trânsito, uma de suas condições sociais e nos permitem desvendar o itinerário da descoberta e da pertinência da identidade palestina para os filhos de migrantes nascidos no Brasil e ingressantes na vida adulta. Analiso como as famílias - aquelas que realizaram viagens internacionais - vivem esta experiência singular através dos relatos de seus filhos. Esta não é exatamente uma viagem de "retorno", pois nem sempre é algo a reconhecer. Aqui, saliento a viagem como uma "iniciação" dos jovens, de forma proporcionada e planejada pela família. Esta experiência tem resultado na "re-descoberta" e "recriação" da pertinência do tema da "origem comum". Longe de ser uma experiência individual, casual e disponível a qualquer um, está de acordo com uma experiência coletiva de alteridades.
"Diasporas, Travels and Alterities: The Palestinian's familiar experiences at Brazil's extreme south" is a part of a study about arabian's families migratory experience that came to Brazil in the late 50. This work treats about families that move to Chuí city in the late 60's and still living there, though they keeps relatives at Santa Vitória do Palmar, Pelotas, Rio Grande and others cities in the south of Rio Grande do Sul. The families uses to expose the connections that they keep with exterior, sons studying at palestina, or that made great part of formal education outside, at Canada, England, United States and Argentina. The sons had a singular experience of international transit, as educational investment, as way to increase the familiar links that remains out of Brazil. For that, they use to travel visiting relatives, join familiar parties, especially engagements and marriages, by this way, they make feasible an informal education that they call be according their "costumes". Also they use to travel for periods of living outside Brazil. I analyze the relates of who realized international travels, specially the migrant's sons relates, the first Brazilian generation. For them, this is not a "come-back" travel, because sometimes there is nothing to recognize there. I analyze the "travel" through the suggestion of Oliveira Filho (1994), who takes the "travel" as a migrant important auto-reflexive enunciation experience. As the pilgrimages, travels are moments that allows to build socio cultural units linking persons and situations that before did not recognize each other. I emphasize, the travel, planned and proportioned by the family, as young people "initiation" to the origin theme. Far from an individual experience, casual an available to everyone, travels are according with an collective produced social situation and that dispose the person to an unalienable experience about alterities.