OBJETIVO: Este estudo objetivou comparar a composição corporal, a ingestão dietética, os índices bioquímicos de micronutrientes antioxidantes e a capacidade antioxidante em adolescentes sedentários (n=15) e corredores (n=18), pós-púberes. MÉTODOS: A composição corporal foi aferida por meio das dobras cutâneas, massa corporal total e estatura; a ingestão de micronutrientes foi determinada através de freqüência de consumo alimentar e os indicadores bioquímicos por coleta de sangue em jejum. Em sangue total foram determinados hematócrito e hemoglobina; em plasma, testosterona, alfa-tocoferol, cobre, zinco, e ceruloplasmina; em eritrócitos, fragilidade osmótica, zinco, Cu-Zn superóxido dismutase e metalotioneína. RESULTADOS: A capacidade antioxidante, a ingestão dietética e a composição corporal foram similares, exceto o somatório de dobras cutâneas, que foi menor nos corredores (p<0,05). Somente a ingestão de vitamina E foi inferior às recomendações nutricionais. Não houve diferença entre os grupos para a concentração plasmática de alfa-tocoferol, que se apresentou, em média, abaixo do valor de referência. Os níveis plasmáticos de cobre e zinco foram, em média, adequados, sendo os níveis de cobre similares entre os dois grupos e os de zinco maiores nos corredores. Nos sedentários a fragilidade osmótica dos eritrócitos relacionou-se com a metalotioneína (r= -0,50; p<0,05) e com Cu-Zn superóxido dismutase (r= -0,50; p<0,005); nos corredores, houve relação entre Cu-Zn superóxido dismutase e zinco nos erirócitos (r=0,49; p<0,005). CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que a modalidade estudada - corrida - não alterou a capacidade antioxidante além do próprio crescimento. No entanto, a prática regular de exercício favorece uma composição corporal mais adequada para os adolescentes. Há necessidade de maior atenção quanto ao estado nutricional de alfa-tocoferol em adolescentes.
OBJECTIVE: The aim of this study was to compare body composition, biochemical indices of antioxidant micronutrients, intake and nutritional status and antioxidant capacity in post-puberty sedentary adolescents (n=15) and runners (n=18). METHODS: Skin-fold measurements, total body mass and height were used for anthropometric evaluation and a food frequency questionnaire for assessment of micronutrient intake. Biochemical indices measured after an overnight fast included: blood hemoglobin and hematocrit; plasma testosterone, a-tocopherol, copper, zinc and ceruloplasmin; and in erythrocytes, osmotic fragility, zinc, Cu-Zn superoxide dismutase and metallothionein. RESULTS: Indices of antioxidant capacity, dietary intake, and body composition were not different between the groups, except for the sum of skin-folds that was lower in runners (p<0.05). Most adolescents had vitamin E intakes lower than nutritional recommendations. Plasma levels of copper and zinc were, on average, adequate. Copper levels were similar in both groups and zinc levels were higher in runners. In the sedentary group, erythrocyte osmotic fragility was correlated with metallothionein and Cu-Zn superoxide dismutase (r=-0.50; p<0.005); in runners, erythrocyte superoxide dismutase and zinc were correlated (r=0.49; p<0.005). CONCLUSION: Our results suggest that the regular practice of running did not affect the antioxidant capacity of the adolescents studied besides growth. However, this practice seems to favor a more appropriate body composition in adolescents. More attention is necessary on the nutritional status of a-tocopherol in adolescents.