OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi avaliar a ingestão de calorias, fenilalanina, tirosina e proteína de lactentes com fenilcetonúria em uso de aleitamento materno. MÉTODOS: Um grupo de 39 crianças, com até 6 meses de idade, que fazia uso de aleitamento materno (grupo amamentado) foi comparado a um grupo-controle que fazia uso de fórmula especial com baixo teor de fenilanina, por meio de um estudo de coorte histórico concorrente. Os grupos foram pareados por sexo e duração da amamentação. Foram revistos 719 recordatórios alimentares de pacientes do grupo amamentado e 628 do grupo-controle. Foi realizada avaliação antropométrica no início e no final do estudo. A análise da ingestão de nutrientes foi feita com a utilização dos programas Minitab e LogXact 4.0, e a avaliação antropométrica foi feita com a utilização do programa Epi Info 6.0. RESULTADOS: O grupo amamentado apresentou ingestão adequada de fenilalanina e tirosina e maior adequação de ingestão proteica e energética. A maioria das crianças dos dois grupos apresentou escore-Z dentro dos limites normais (Z ³-2), com evolução favorável dos indicadores estudados (peso/idade, estatura/idade, peso/estatura e perímetro cefálico). CONCLUSÃO: O aleitamento materno na fenilcetonúria proporcionou ingestão adequada de calorias, fenilalanina, tirosina e proteína. A chance de uma criança do grupo amamentado possuir recordatórios de 24h adequados de ingestão energética foi 10,64 vezes maior que a chance de uma criança do grupo-controle. Em relação à ingestão proteica a chance foi 5,34 vezes maior. O crescimento foi similar nos dois grupos.
OBJECTIVE: This study aimed to assess energy, phenylalanine, tyrosine and protein intakes of breastfed infants with phenylketonuria (breastfed group). METHODS: A retrospective/prospective cohort study was used to compare a group of 39 breastfed infants aged 6 months or less (breastfed group) with a control group being fed a special low-phenylalanine formula. The groups were paired by gender and breastfeeding duration. A total of 719 dietary recalls of the breastfed group and 628 of the control group was reviewed. Anthropometric assessment was done at baseline and end of study. Nutrient intakes were calculated by the software Minitab and LogXact 4.0 and anthropometric assessment was done by the software Epi Info 6.0. RESULTS: The breastfed group presented adequate intake of phenylalanine and tyrosine and more adequate protein and energy intakes than the other group. Most infants, regardless of group, presented z-scores within the normal range (Z ³-2), with good progression of the studied indicators (weight-for-age, height-for-age, weight-for-height and head circumference). CONCLUSION: Breastfeeding of infants with phenylketonuria provided adequate energy, phenylalanine, tyrosine and protein intakes. The likelihood of a child in the breastfeed group to present adequate energy intake was 10.64 times higher than that of a child in the control group. In relation to protein intake, the chance was 5.34 times higher. Both groups presented similar growth.