OBJETIVO: Considerando a importância da alimentação fora de casa nos hábitos contemporâneos e o papel cultural e nutricional do feijão na alimentação brasileira, este estudo objetivou investigar as técnicas de pré-preparo de feijão utilizadas nas Unidades Produtoras de Refeições das regiões Sul e Sudeste do Brasil. MÉTODOS: Foi elaborado um questionário, disponibilizado online. A amostra foi composta por nutricionistas responsáveis técnicos de Unidades Produtoras de Refeições e definida por saturação de tempo: o questionário esteve disponível na web por dezoito semanas. O questionário continha sistema de identificação por número do registro no respectivo órgão profissional fiscalizador de sua região, o que evitou duplas respostas e possibilitou a limitação por região do País. Os dados foram analisados por estatística descritiva básica e teste de Qui-quadrado. RESULTADOS: Registraram-se 445 respostas de nutricionistas responsáveis por 413.688 refeições diárias. Quarenta e nove por cento da amostra relataram realizar remolho do feijão. Não foi encontrada associação entre realização de remolho, tipo de feijão, número de refeições servidas ou localização geográfica da unidade produtora de refeições. Dentre as justificativas para realização de remolho do feijão, as questões operacionais sobressaíram-se às sensoriais, e, em 69% dessas Unidades Produtoras de Refeições, a água de remolho é descartada antes da cocção. CONCLUSÃO: Observou-se que a realização de remolho do feijão parece ser determinada pela percepção do nutricionista sobre sua importância, o que pode ser um reflexo da escassez de discussões quanto à influência das técnicas de preparo na qualidade nutricional e sensorial desse alimento.
OBJECTIVE: The importance of food away from home nowadays and the cultural and nutritional role of beans in the Brazilian diet led this study to investigate the bean prepreparation techniques used by foodservices in the Brazilian South and Southeast regions. METHODS: A questionnaire was developed and made available online. The sample consisted of dieticians in charge of foodservices and sample size was time-dependent: the questionnaire was available online for 18 weeks. The questionnaires included dieticians' professional license numbers to prevent repeated answers. The data were analyzed by basic descriptive statistics and the chi-square test. RESULTS: A total of 445 dieticians responsible for 413,688 meals a day answered the questionnaire. Nearly half the sample (49%) soaked the beans before preparation. There was no association between soaking and type of bean, number of meals served per day or foodservice location. Beans were usually soaked for operational reasons rather than sensory reasons. Most foodservices (69%) discarded the soaking water. CONCLUSION: Apparently, the decision to soak depends on the dietician's perceived importance of soaking, which may be attributed to the scarcity of information about the effect of soaking on the sensory and nutritional quality of this food.