OBJETIVO: Avaliar o consumo de alimentos protetores e preditores do risco cardiovascular e os fatores associados na população adulta do Estado de Pernambuco. MÉTODOS: Estudo transversal, de base populacional, envolvendo 1.820 adultos de 25 a 59 anos. Foram constituídos 3 grupos de alimentos: fontes em fibras (protetores), em carboidratos simples e em gorduras saturadas (risco para doenças cardiovasculares e ganho excessivo de peso). O consumo alimentar foi avaliado por um questionário de frequência alimentar com mensuração convertida em escores. O modelo conceitual considerou variáveis socioeconômicas, demográficas, comportamentais e antropométricas. RESULTADOS: O escore médio do consumo de alimentos-fonte em carboidratos simples foi maior que o consumo de alimentos-fonte de fibras e gorduras saturadas (p<0,001). Um menor consumo do grupo de alimentos de risco foi observado em indivíduos de maior idade, provenientes de área rural, com menor renda e escolaridade. Maior consumo de carboidratos simples foi identificado entre indivíduos com baixo peso, e o consumo mais elevado de gorduras saturadas foi verificado em indivíduos não fumantes e naqueles que relataram o consumo de álcool. O consumo de fibras foi superior em indivíduos não fumantes e naqueles de maior renda e escolaridade. CONCLUSÃO: O maior consumo de carboidratos simples, em detrimento do consumo de fibras, está relacionado à suscetibilidade do indivíduo a doenças provocadas pela má alimentação e configura o processo de transição nutricional experimentado pelo Brasil nas últimas décadas.
OBJECTIVE: The present study assessed the consumption of foods that protect against and promote cardiovascular diseases and associated factors by adults from Pernambuco. METHODS: This cross-sectional, population-based study done in 2006 involved 1820 adults aged 25 to 59 years. Foods were divided into three groups: high-fiber (protective foods), sugary foods and high-saturated fat foods (risk of cardiovascular disease and excess weight gain). Food intake was assessed by a food frequency questionnaire and amounts were converted into scores. The model included demographic, socioeconomic, behavioral and anthropometric variables. RESULTS: The mean sugary food intake score was higher than the high-fiber and high-saturated fat intake scores (p<0.001). Older country people with lower income and education level consumed less sugary foods and saturated fats. The highest high-fiber food scores were associated with higher income and education level. Low-birth weight individuals presented a high intake of simple carbohydrates; nonsmokers and those who reported consuming alcoholic beverages presented a high intake of saturated fats. Fiber intake was higher among nonsmokers and individuals with higher income and education level. CONCLUSION: Higher intake of sugary foods instead of high-fiber foods makes people more susceptible to diet-related diseases and reflects the nutritional transition that has been going on in Brazil in the last decades.