Recentemente, alguns economistas brasileiros, notadamente Arida e Bacha, têm defendido que os controles de capitais poderiam desajustar o mercado cambial, aumentar a taxa de juros e comprometer a performance macroeconômica do país. Este trabalho tem por objetivo analisar a validade empírica dos argumentos levantados pelos autores. Para tanto, realizam-se alguns testes econométricos a fim de captar as possíveis implicações dos regimes da conta de capital sobre a economia. Os resultados encontrados não dão sustentação empírica à tese anteriormente defendida; ao contrário, a ausência de controles de capitais mais severos pode ter sido um dos fatores responsáveis pela excessiva volatilidade da taxa de câmbio e por a taxa de juros estar em patamares tão elevados. Além disso, a análise de painel realizada para diversos países não comprovou a hipótese de uma relação positiva entre conversibilidade da conta de capitais e crescimento.
Recently some Brazilian economists, like Arida and Bacha, have defended the idea that the capital controls already in existence in the Brazilian economy can produce disequilibrium in exchange rate markets, increase the level of domestic rate of interest and reduce Brazils macroeconomic performance. The objective of this article is to make an empirical evaluation of these arguments. For such, we make some econometric tests with the aim to determine the implications of the capital account convertibility over the Brazilian economy. Empirical findings do not seem to support Arida and Bacha thesis. In fact, the low level of capital controls prevailing in the Brazilian economy during the 1990s can be one of the explanations for the excessive volatility in the exchange rate and for the high level of domestic interest rate. We also make a panel regression for economic growth and capital account convertibility. The results of the regression do not support the existence of a positive relation between capital account convertibility and economic growth, as defended by Arida and Bacha.