Este texto é parte de uma pesquisa acerca da relação entre o trabalhador de nível médio e seu trabalho nas organizações públicas de saúde, que teve como propósito repensar as atuais propostas de gestão do trabalho em saúde. Busca-se compreender as repercussões das mudanças contemporâneas no mundo do trabalho sobre o trabalho dos agentes administrativos, um grupo profissional quantitativamente importante dos serviços de saúde. A análise toma como referencial teórico uma vertente da sociologia do trabalho, denominada por Dubar sociologia dos grupos profissionais, que se situa entre uma sociologia do trabalho tradicional, muito centrada na questão salarial, e uma nova sociologia da organização, menos fechada nas análises dos modos de gestão internos. O trabalho de campo acerca das trajetórias profissionais de 18 trabalhadores administrativos foi realizado em duas unidades públicas de saúde. Constatou-se, entre eles, uma grande diversificação de formas de emprego, percursos profissionais e dinâmicas de identidade. Evidenciou-se, assim, que a compreensão da construção dos modos de ser trabalhador deve considerar múltiplas variáveis: formação profissional, vínculo empregatício, setor de atuação profissional, tempo de atuação na área e formas de organização do trabalho.
This text is part of a survey carried out regarding the relationship between midtier workers and their work in public health organizations, which was aimed at rethinking the current health work management proposals. The goal was to understand the impact the current changes made in the labor world had on administrative agents, a professional health service group that is important from the quantitative viewpoint. The analysis' theoretical point of reference is a line in labor sociology which Dubar denominates as professional group sociology and is situated between traditional labor sociology, very centered on the salary issue, and a new organizational sociology that focuses less intensely on analyzing internal modes of management. The field work, which involved detailing the professional track records of 18 administrative workers, was carried out in two public health units. It was noticed, among them, that there is a great diversification in the forms of employment, professional backgrounds, and identity dynamics. It was clear, therefore, that multiple variables must be taken into account to understand how worker modes are built: professional qualifications, job ties, sector of professional performance, the amount of time the person has been in the area, and how the work is organized.