A globalização e o neoliberalismo geraram uma precarização do trabalho, com conseqüências em todo o mundo. O 'produtivismo', fundado no modo de produção capitalista, traz à cena uma nova forma de gerir recursos humanos no interior das empresas. Essa nova gestão se compõe por uma série de exigências, traduzidas pelos gestores, no cotidiano, como uma maior pressão por metas e cobranças personificadas em resultados quantitativos crescentes. Tudo isso traz uma brutal mudança no meio ambiente de trabalho - assim entendido como conjunto de condições externas e internas do local de trabalho e sua conexão com a saúde dos trabalhadores. Essas alterações tornam o ambiente de trabalho hostil, desumano e, portanto, qualitativamente desequilibrado, o que afeta abruptamente a saúde mental do trabalhador, visto que o empregado passa grande parte de sua vida desenvolvendo suas relações interpessoais e sociais no ambiente de trabalho. Portanto, a qualidade de sua vida depende imediatamente da qualidade no seu ambiente de trabalho. É nesse ambiente, marcado por pressões pelo desempenho quantitativo e alcance de metas, e pela despersonalização do trabalhador - este tratado como objeto de produção - que acontece o denominado assédio moral, um processo de violência psicológica extremado contra o trabalhador, causando-lhe uma série de danos psicológicos.
Globalization and neoliberalism generated a precarization of work, one which has had consequences for everyone. "Productivism," based on the capitalistic production mode, brings to scene a new way to manage human resources in companies. This new management is composed of a series of requirements, translated by the managers, in everyday life, as increased pressure to achieve goals and personalized impositions for growing quantitative results. Combined, this has caused a brutal change in the workplace - understood as a set of conditions that are external and internal to the workplace and its connections to the workers' health. These changes render the work environment a hostile, inhumane place and, thus, qualitatively unbalanced with abrupt effects on the workers' mental health, since employe-es spend most of their lives developing interpersonal and social relations at work. Therefore, their quality of life is largely dependent on the quality of their work environment. It is in this environment, marked by quantitative performance and target-reaching pressures, and by the workers' depersonalization - treated as an object of production - that the socalled mobbing takes place, a process of extreme psychological violence against the worker that causes a series of psychological damages to them.