Tendo em vista as dimensões da humanização na atenção e formação do profissional de saúde, as reformas curriculares implantadas nacionalmente e a experiência de reestruturação do projeto pedagógico da faculdade em estudo, esta pesquisa objetivou analisar as percepções de discentes de medicina referentes às experiências que possibilitaram o desenvolvimento de conteúdos, habilidades e comportamentos voltados à humanização. Procedeuse a um estudo de caráter qualitativo, com base nas narrativas de vivências significativas de cuidado e acolhimento, de 63 estudantes do segundo e do quarto anos. A análise embasou-se no conteúdo simbólico das redações, enfocando aspectos pedagógicos, psicológicos e éticos. Buscou-se ampliar a diversidade de pontos de vista e valorizar as mensagens que demonstravam percepções, impressões e intuições. Constataram-se como marcantes, principalmente, as atividades práticas que acontecem em diferentes cenários, quando se propicia aos discentes o acompanhamento, a responsabilização e o contato com o sofrimento perante a doença e a morte. Por meio de modelos docentes e profissionais, ou na relação direta com pacientes e famílias, tais situações criam movimentos de perturbação e desassossegos que implicam possíveis sentidos à humanização.
Given the dimensions of humanization in both the care and in the training of health professionals, the curriculum reforms implemented nationally and the educational project restructuring experience at the school under review, this article sought to analyze the medical students' views regarding the experiences that enabled them to develop content, skills and behaviors aimed at humanization. The authors conducted a qualitative study among 63 sophomore and senior students based on their accounts of significant experiences involving care and receptivity. The analysis was based on the symbolic content of the essays and focused on educational, psychological and ethical aspects involved. An attempt was made to broaden the diversity of viewpoints and add value to messages that showed perceptions, impressions and intuitions. It was shown that most striking ones were practical activities that took place in different scenarios, when students were required to monitor, assigned responsibilities related to, and came into contact with suffering caused by disease and death. By employing academic and professional models, or in the direct relationship with patients and families, such situations create movements of disturbance and unrest and direct possible senses towards humanization.