Este artigo descreve um estudo de caso etnográfico realizado com Sávio, 20 anos, diagnosticado com transtorno somatoforme na Psiquiatria de um hospital público de Fortaleza. Durante o ano de 2005, foram realizadas visitas semanais ao seu bairro, com o objetivo de compreender a experiência vivida do estigma no seu cotidiano. A lente fenomenológica "mundana" atuou na leitura de seu mundo vivido/lebenswelt. O conteúdo foi compreendido na perspectiva da Antropologia da Experiência; a etnografia foi o método de pesquisa. Os resultados mostraram que o estigma está presente no bairro e nas relações cotidianas de Sávio. O auto-estigma foi a marca mais relevante geradora de sofrimento psíquico.
This work describes an ethnographic case study with Sávio, 20-year-old, diagnosed with somatoform disorder at the Psychiatry of a public hospital in Fortaleza. During 2005, weekly visits were done in Sávio's community, aiming at the comprehension of the lived experience of stigma in his daily world, using the Merleau-Ponty's phenomenology on the reading of his lived world/lebenswelt. The content was understood under the Anthropology of Experience; Ethnography was the research method used. The results showed that the stigma is present in Sávio's community and daily relations. The auto-stigma was observed as the most relevant sign as generating of psychic suffering.