O presente artigo objetiva colocar em análise os modos de subjetivação produzidos no Brasil contemporâneo tomando como vetor analítico a questão da insegurança. Utilizaremos o conceito de produção de subjetividade de Guattari e Rolnik, articulando o contexto da insegurança pública, dentro da ordem neoliberal, com as três funções da "subjetividade capitalística" propostas pelos autores: culpabilização, segregação e infantilização. A sensação de insegurança é fortalecida por processos de subjetivação que potencializam a incerteza como principal vetor do controle social e pela repressão a determinados grupos sociais entendidos como "classes perigosas" numa sociedade que busca consolidar o regime democrático.
The present article aims to put into analysis the subjectification processes that are taking place in contemporary Brazil, using as an analytical vector the unsecurity issue. The Guattari and Rolnik's concept of subjectivity production is used, articulating the context of public insecurity, in the neoliberal order, with the three functions of "capitalistic subjectivity" propounded by the authors: to lay the blame, to segregate and to infantilize. The sensation of insecurity is strengthened by subjectification processes that make the spread of uncertainty the main element of the social control, as well as by the repression of some specific social groups there are seen as "dangerous classes" in a society that works on the consolidation of democracy.