Partindo de um estudo sobre os jovens que ingressam na advocacia portuguesa, este artigo retoma uma temática bastante arredada da sociologia contemporânea - a ético-deontologia dos grupos profissionais. Sustenta-se que os argumentos ético-deontológicos conduzem os jovens que acedem à profissão através do protótipo liberal a desenvolverem aspirações compatíveis com o exercício liberal, a avaliarem positivamente a sua situação profissional e a adquirirem capital simbólico, num momento marcado pela ascensão dos jovens colaboradores em grandes sociedades de advogados. O argumentário ético-deontológico faz ainda com que estes últimos, distantes do protótipo liberal, não adquiram uma supremacia simbólica absoluta no interior da profissão.
Bearing on a study about young people that enter Portuguese advocacy, this article goes back to a topic far from contemporary sociology - professional groups ethic-deontology. Its standpoint is that ethic-deontological arguments allow young lawyers embracing the profession through the liberal prototype to build up professional aspirations that favor both a liberal exercise and a positive evaluation of their professional situation. This gives rise to a will to acquire symbolic capital in a context of young lawyers in major law firms. It is the ethic-deontological cut that prevents the latter, which move away from the liberal model, from having an absolute edge.