Este artigo aborda a natureza relacional e socialmente situada da paternidade, captando os múltiplos sentidos que ser pai pode assumir em contextos distanciados das configurações familiares tradicionais, através das narrativas de homens envolvidos nas malhas da justiça, mas posicionados em contextos sociais e simbólicos diferenciados: pais presos preventivamente e pais envolvidos em processo civil compulsório de investigação de paternidade. Sugere-se que existe uma teia complexa de tensões entre as ideologias de género dominantes e as práticas reais que podem ser concretizadas pelos pais, que descortina múltiplos cenários de paternidades fragmentadas e agrega variadas formas de construir e vivenciar o papel de pai
This article explores the relational and socially situated nature of fatherhood by focusing on the multiple meanings that being a father may assume in contexts apart from traditional family settings, through the narratives of men involved with the justice system, but positioned in differentiated social and symbolic contexts: fathers who are prisoners on remand; and fathers involved in compulsory paternity investigation ordered by courts. We suggest that there is a complex web of tensions between the dominant ideologies of gender and the actual practices that can be fulfilled by men who are fathers, which reveals multiple scenarios of fragmented fatherhood and embody various forms of perceiving and experiencing being a father.