Neste artigo, procuro avaliar o sentido para o projeto dedutivo da Crítica da Razão Pura da distinção, apresentada no 18 dessa obra, entre unidade objetiva e unidade subjetiva da apercepção. Primeiramente, apresento o objetivo geral e os passos fundamentais da dedução transcendental das categorias do entendimento. Em seguida, identifico o esboço de uma estratégia argumentativa, inaugurada no 18 da Dedução, fundada na compreensão da unidade subjetiva da apercepção como um juízo de percepção acerca de "objetos subjetivos". Finalmente, defendo que uma dedução assim construída não é uma prova consistente da possibilidade do conhecimento objetivo, na medida em que pretende se furtar à tarefa de demonstrar que as categorias do entendimento são condições da possibilidade da nossa percepção pré-judicativa de objetos sensivelmente intuídos.
In this paper I shall investigate the meaning of the distinction, proposed by Kant in section 18 of his first Critique, between objective and subjective unity of apperception for the entire deductive program of this work. Firstly, I shall present my interpretation of the main steps and goals of the transcendental deduction of the categories of understanding. Secondly, I discuss the existence in section 18 of an argumentative strategy grounded upon the interpretation of the subjective unity of apperception as a judgment of perception about "subjective objects". Finally, I argue that a so construed deduction does not amount to a consistent demonstration of the possibility of objective cognition, so far it deflects from the task of demonstrating that the categories are conditions of the possibility of our pre-judicative perception of sensibly intuited objects.