Este estudo caracteriza o estado nutricional, estima a prevalência de sobrepeso e de obesidade abdominal e investiga os fatores associados em adultos de comunidades quilombolas. Amostra aleatória em dois estágios, composta de 739 adultos com mais de 20 anos, residentes em comunidades quilombolas, em Vitória da Conquista, Bahia, Brasil, 2011. As prevalências de sobrepeso e de obesidade corporal foram, respectivamente, 31,8% e 10,2%, enquanto a de razão cintura-estatura aumentada (> 0,50) foi 55,7%. Sexo feminino, consumo de frango ou carne com gordura aparente e hipertensão aumentaram a chance para os dois indicadores, ao passo que tabagismo e estado civil não casado diminuíram essa chance. O sobrepeso foi maior na faixa etária de 30 a 39 anos, e a obesidade abdominal foi mais frequente em idades mais velhas. Ter baixa escolaridade e não trabalhar foram fatores que elevaram a chance de obesidade abdominal. As prevalências desses eventos são elevadas em uma população de alta vulnerabilidade social, indicando a necessidade de ações específicas de prevenção e controle da obesidade nessas comunidades.
This study analyzes nutritional status, estimates the prevalence of overweight and abdominal obesity, and investigates factors associated with these outcomes in a two-stage random sample of adults (> 20 years) in quilombos (communities that descend from African slaves) in Vitória da Conquista, Bahia State, Brazil, in 2011. Among 739 participants, prevalence rates were 31.8% and 10.2% for overweight and obesity, respectively, and 55.7% for increased waist-to-height ratio (> 0.50). Prevalence of overweight was higher among 30-39-year-olds, while abdominal obesity was more frequent among older individuals. Female sex, eating chicken or beef with untrimmed fat, and hypertension were associated with higher odds of overweight and abdominal obesity, while smoking and single marital status were associated with lower odds. The results show high prevalence rates for overweight and abdominal obesity in these very poor and socially isolated communities. Specific preventive and control measures are urgently needed.