Este trabalho objetiva apresentar os processos/mecanismos que caracterizam a emergência dos diferentes usos da expressão É QUE, correlacionando as metafunções da linguagem com o seu percurso de mudança linguística via gramaticalização. Esta investigação analisa, diacronicamente, dados amostrais de textos escritos do Português do século XII ao XX. Os resultados empíricos parecem comprovar a hipótese da trajetória unidirecional Objeto/Espaço > Texto, resultantes da reanálise do uso original trecentista de é o que em É QUE. Em relação às metafunções da linguagem, o percurso de mudança do significado é: Ideacional (concreto) > Textual (textual-discursivo) > interpessoal (epistêmico).
This paper aims at presenting the processes/mechanisms which characterize the emergence of different uses of the expression "É QUE", correlating its path linguistic change via grammaticalization of language metafunctions. This investigation diachronically analyses sampling data of written texts in Portuguese from the Twelfth to the Twentieth Century. The empirical results seem to prove the unidirectional trajectory Object/Space > Text hypothesis, resulting from the reanalysis of the original Fourteenth-century use of "é o que" to "É QUE". In terms of the language metafunctions, the trajectory of change in meaning is: Ideational (concrete) > Textual (discursive textual) > Interperson al (epistemic).