Baseando-se na composição da mão de obra utilizada, medida a partir do número de pessoas e do tempo de trabalho no ano, os estabelecimentos agropecuários foram agrupados em quatro categorias: assentado, exclusivamente familiar, familiar com contratado, não familiar. Os estabelecimentos de "assentados" são em quase sua totalidade estabelecimentos familiares; os "exclusivamente familiares" são estabelecimentos conduzidos pelo produtor exclusivamente com mão de obra familiar (pessoas com laço de parentesco com o produtor, sem pessoal contratado); os "familiares com contratados" utilizam pessoas da família e pessoal contratado, porém a mão de obra familiar supera a dos contratados; os estabelecimentos "não familiares" incluem os que operam somente com trabalho contratado e aqueles em que a força de trabalho contratada supera a dos membros da família do produtor. Foram analisadas as características de área, valor da produção, produtividade e fontes de receitas. Os estabelecimentos familiares são predominantes (90%) e abrigam 80% das pessoas ocupadas na agricultura, mas geram somente 50% do valor produzido. A concentração fundiária dentro das categorias familiares é tão elevada quanto nos estabelecimentos não familiares. No Brasil, apenas 16% da desigualdade da distribuição da terra se deve à desigualdade entre as categorias analisadas; os 84% restantes devem-se à desigualdade dentro dos grupos.
A classification of farms in four types is proposed, according to the composition of the labour force employed: exclusively family farm; land reform settlement ("assentado"); family farm with hired labour; non-family farm. Exclusively family farms are run by the owner and employ exclusively family labour; land reform settlements are also mostly family-run units; mixed family farms are run by the owner and employ predominantly family labour, complemented by hired labour; non-family farms depend mostly on hired labour, with or without the help of the owner's family. Aspects such as area, gross production value, productivity and revenues are analysed. One of the main results is that the family units are largely predominant in number (90% of the total) and employ 80% of the labour force in the agricultural sector, although they contribute with only 50% of the gross production, in virtue of lower productivity. Inequality in land distribution within the groups is extremely high, even among family farms. In Brazil, only 16% of the total inequality of land distribution is due to the inequality between the four categories of farms, while 84% originate from the inequality within groups.