Este artigo pretende levantar questões sobre o atendimento à violência na área da saúde, particularmente à "violência sexual", com base em dados de uma pesquisa etnográfica em andamento num hospital municipal de emergências na cidade de São Paulo. Busca-se discutir esse atendimento como uma construção que responde a formulações sociais sobre o que são violência e sexualidade, que transcendem o campo da saúde e que têm impacto decisivo sobre suas ações. Atentaremos para as formas como se identificam as figuras de vítima e de agressor, que dão ao fenômeno uma configuração própria, delimitando a violência e a forma específica de atenção que a ela corresponde.
This paper aims to raise questions on assistance to violence in the health area, especially "sexual violence", based on data from an ethnographic research being carried out in a municipal emergency hospital in São Paulo City, Brazil. It tries to discuss such assistance as a construction which responds to social formulations on the meanings of violence and sexuality, which transcend the health area and have decisive impact on its actions. We will point out the ways victim and aggressor are identified, which gives a particular configuration to the phenomenon, thus delimiting violence and its corresponding specific type of assistance.