Trata-se de um estudo de caso qualitativo que discute o trabalho no contexto do Sistema único de saúde e como seus princípios se operam no cotidiano dos serviços que compõem sua rede hierarquizada. Objetivou compreender integralidade, equidade e resolutividade nas ações cotidianas de gestores e profissionais de saúde em Belo Horizonte-MG. Constatou-se que "cuidado como fazer cotidiano" e "acolhimento, vínculo e acesso" foram temas incorporados pelos profissionais no desenvolvimento do seu trabalho. A partir dos resultados, percebeu-se uma interposição das situações de urgência e emergência em detrimento das atividades programadas. Além disso, a administração desse processo de trabalho é direcionada pelo conhecimento técnico-estruturado interferindo na qualidade da assistência à saúde. Nesse sentido, o processo de produção do cuidado deve ser pensado em seu microespaço, ressaltando-se o acolhimento, o estabelecimento de vínculo e a responsabilização no sentido de se garantir uma rede de cuidados pertinente e acessível àqueles que necessitem transitar por ela. É preciso que se eliminem as fragmentações presentes tanto na forma de organização dos serviços de saúde quanto nas práticas cotidianas dos profissionais, para se oferecer uma assistência integral, resolutiva e para se humanizarem essas práticas, visando sempre à qualidade de vida da população e à saúde enquanto direito de cidadania.
This is a qualitative case study which discusses the work in the context of the Unified Health System and how its principles occur in the daily services within its stratified network. It aimed to understand integral care, equity and resolution in the daily work of health managers and professionals in Belo Horizonte. We noticed that aspects like "Care about how to do everyday actions" and "Welcoming reception, link and access" would be incorporated into the professionals' work development. From the results, it was found out that urgency and emergency situations were intervened to the detriment of the programmed tasks. Furthermore, the work process management is conducted by technical-structured knowledge which interferes in the quality of health care. In this aspect, the care production process should be thought about its micro space emphasizing the harboring, the link settled up and the responsibility for assuring a suitable and accessible care network for those who need to go through it. It is necessary to eliminate the fragmentation seen in the health services organizations and also in the professionals' daily tasks, so as to offer a full and resolute assistance and to show some humanity towards these tasks aiming a better population's quality of life and health as a citizenship right.