Apresentamos uma revisão de bibliografia internacional que teve por objetivo identificar e analisar a diversidade de temas associados à Atenção Primária à Saúde, especialmente o cotidiano de trabalho de seus profissionais, suas diretrizes e seus desafios políticos e clínicos. Analisamos os resumos de 105 artigos publicados entre 1999 e 2009. Selecionamos, para análise, 34 artigos identificados de acordo com critérios específicos. Criamos categorias temáticas e comparamos os dados com certa literatura brasileira sobre o tema. Os artigos centram-se no profissional de medicina e enfatizam a noção de medicina baseada em evidências. Abordam principalmente a implementação de diretrizes na Atenção Primária e as relações entre profissionais e usuários. Admitem a complexidade da Atenção Primária e a importância de aproximação à realidade dos pacientes. Entretanto, não abordam a intersetorialidade, não questionam radicalmente o especialismo curativista e não mencionam a promoção de cidadania, autonomia e cogestão junto aos usuários. Falam da necessidade de abordar problemas "humanos" nos níveis de implementação de diretrizes, encontro clínico etc., mas se mostram distanciados das ciências humanas.
We present a review of international literature, aiming at identifying and analyzing the diversity of themes associated to Primary Health Care. We focused on the characteristics of the work of health care personnel, its guidelines and its political and clinical challenges. We analyzed the abstracts of 105 articles published between 1999 and 2009. Then, we integrally read and analyzed 34 articles, creating thematic categories. We compared data to Brazilian literature on the subject. The articles focus on physician's work and emphasize the notion of evidence-based medicine. They mainly approach the implementation of guidelines to primary health care and the professional-patient relations. They acknowledge the complexity of Primary Care and the importance of patient-centered care. However, they do not mention integrated actions with other public policies. The authors do not radically overthrow the cure-centered specialism and they do not write about fostering patients' participation, autonomy and empowerment. They acknowledge the need to approach "human" issues at the levels of guidelines implementation, clinical practices etc. Nevertheless, in general, these authors are far from the social sciences.