OBJETIVO: Desenvolver e aplicar um novo instrumento para avaliar o pré-natal com base nas diretrizes do Programa de Humanização do Pré-Natal e do Nascimento do Ministério da Saúde brasileiro, inserindo elementos quanti-qualitativos distribuídos segundo a tríade avaliativa de infra-estrutura, processo de trabalho e resultados. MÉTODOS: Este estudo transversal, de natureza analítico-descritiva e abordagem quantitativa, foi desenvolvido com 238 usuárias em 44 serviços da atenção primária à saúde do Município de João Pessoa, Nordeste do Brasil, de novembro de 2010 a dezembro de 2011. Também foram entrevistados médicos e enfermeiros envolvidos no cuidado pré-natal. O instrumento elaborado pelos pesquisadores continha 23 questões relativas a infra-estrutura, processo de trabalho e resultados da assistência pré-natal. A partir das informações coletadas, o pré-natal foi classificado pelo que denominamos de Índice IPR/Pré-Natal. Para cada questão atribui-se o valor 1 para adequado, quando em conformidade com os critérios estabelecidos, e 2 para inadequado. Com base na porcentagem representada pela soma do número de questões adequadas dos três componentes em relação ao total de 23 questões, o cuidado pré-natal foi classificado em: adequado superior (100% de questões adequadas); adequado (>75%); intermediário (51 a 74%); e inadequado (<50%). As categorias de classificação do IPR/Pré-Natal foram comparadas com as dos índices de Kessner e Adequacy of Prenatal Care Utilization (APNCU). RESULTADOS: As questões referentes ao processo de trabalho foram as que contribuíram com significância estatística para que o pré-natal fosse classificado em maior proporção na categoria intermediário pelo Índice IPR/Pré-Natal. As categorias de classificação do Índice IPR/ Pré-Natal mostraram-se consistentes para detectar as variáveis prematuridade, peso insuficiente ao nascer e não realização do aleitamento materno exclusivo. CONCLUSÕES: O Índice IPR/Pré-Natal foi eficaz na incorporação de elementos quanti-qualitativos para classificação do cuidado pré-natal.
OBJECTIVE: To develop and apply a new instrument to evaluate prenatal care based on the guidelines of the Brazilian Humanization Program for Prenatal Care and Birth, including quantitative and qualitative elements distributed according to the evaluation triad of structure, process, and outcomes. METHODS: An analytic, descriptive, quantitative cross-sectional study was carried out with 238 women receiving care in 44 primary care services in the city of João Pessoa, Northeast Brazil, between November 2010 and December 2011. Physicians and nurses involved in prenatal care were also interviewed. The instrument developed by the investigators contains 23 questions relating to structure, process and outcomes of pre-natal care. Based on the information collected, pre-natal care was classified according to an IPR/Pre-Natal index (Índice IPR/Pré-Natal, where I stands for infrastructure, P for work process and R for results). A value of 1 is attributed to each question if it complies with the criteria established for quality, or 2 if it does not comply. The percent of adequate answers in relation to the 23 total questions is used to classify prenatal care as: upper adequate (100% adequate answers); adequate (>75%); intermediate (51 to 74%); and inadequate (<50%). The classification categories for the Pre-Natal/IPR index were compared to those of the Kessner and Adequacy of Prenatal Care Utilization (APNCU) indices. RESULTS: Questions relating to the work process contributed significantly to the classification of prenatal care as intermediate according to the IPR/Pre-Natal. IPR/Pre-Natal classification categories were consistent to detect prematurity, insufficient weight at birth and absence of exclusive breastfeeding. CONCLUSIONS: The IPR/Pre-Natal index effectively incorporated quantitative and qualitative elements for the assessment of pre-natal care.