O Rio Grande do Sul tem se notabilizado pelo elevado volume de suas exportações, sendo atualmente o terceiro maior estado exportador brasileiro. Este artigo busca examinar o viés exportador do estado através do chamado "efeito fronteira" para o período 1997-2002. Esse efeito foi estimado empiricamente, utilizando-se dados agrupados e dados em painel, em um modelo gravitacional com os 27 estados brasileiros e 40 países. Os resultados apontam para a inexistência de um viés de comércio para os demais estados brasileiros; portanto as fronteiras nacionais não representariam custo maior para as exportações do Rio Grande do Sul em relação aos demais estados. Possíveis causas da inexistência do viés doméstico de comércio do Rio Grande do Sul podem estar relacionadas à maior proximidade geográfica do estado com outros países, principalmente os do Mercosul, às preferências comerciais garantidas pelo bloco, bem como ao perfil de suas exportações, baseadas principalmente em produtos primários.
Rio Grande do Sul is one of the most important states in terms of exports in Brazil, and is currently the third largest exporter. This paper examines the export bias of the state through the so-called border effect in the period 1997-2002. This effect, defined as the negative impact of national borders on trade volumes, was estimated empirically, using a gravity model with both pooled and panel data with all 27 Brazilian states and 40 countries. The results suggest that borders do not represent an additional cost to the state's international trade. Possible explanations for the absence of the border effect are related to the proximity of Rio Grande do Sul with other countries, especially those from MERCOSUR, to the trade preferences granted by the bloc and to the state's export profile, based on primary products.