Este artigo analisa o desempenho dos Conselhos Locais de Saúde enquanto instrumentos da participação social no âmbito da Estratégia de Saúde da Família. Trata-se de pesquisa quali-quantitativa com triangulação de métodos. O campo de estudo foi o município de Vitória da Conquista-BA. Os dados e informações foram obtidos por meio de análise da agenda de compromissos, dos formulários de acompanhamento, das atas das reuniões dos conselhos e por entrevistas semiestruturadas com informantes-chave. Os resultados demonstraram que os conselhos locais de saúde apresentam desempenho limitado, com baixa frequência de realização de reuniões, agenda de compromissos voltada para o próprio conselho e reuniões pautadas nas dificuldades de acesso aos serviços de saúde. Os baixos níveis de mobilização social e envolvimento comunitário são o principal entrave para o bom desempenho desses fóruns. São apontados problemas sobre representatividade dos conselheiros, desmotivação em participar de atividades voluntárias e sentimento de despreparo em decorrência das fragilidades da formação e capacitação. Conclui-se que a institucionalização dos conselhos locais não é condição suficiente para promover a participação comunitária. São sugeridas algumas iniciativas com potencial de promover a mobilização social e despertar as comunidades para a importância da participação e do envolvimento coletivo.
This paper analyzes the performance of Local Health Councils as tools for social participation in the Family Health Strategy. It is a quali-quantitative research with triangulation method. The research took place in the city of Vitoria da Conquista, state of Bahia, Brazil. Data and information were gathered through the analysis of the agenda, follow-up forms, minutes of meetings of the council and semi-structured interviews with key informants. The results show that the local health councils have limited performance, with a low frequency of meetings, commitments directed to the council itself and meetings on difficulties to access health care services. Low levels of social mobilization and community engagement are the main draw-backs for the good performance of these forums. Some problems stand out: counselors' representativeness, lack of motivation to perform voluntary tasks and feeling unprepared due to a poor graduation and training program. We conclude that institutionalization of local councils is not enough to promote community participation. It requires actions that can promote social mobilization and inform communities of the importance of group participation and engagement.