O objetivo deste estudo é evidenciar, sob o olhar interdisciplinar da Economia, Política, Direito e Socioantropologia, a conformação do conceito de acesso, particularmente o relacionado ao serviço de saúde. Consideramos não apenas a concepção e a ressignificação dos conceitos de oferta, demanda, equidade e necessidade de saúde advindas desses campos disciplinares, mas assumimos a hipótese de que, independentemente do setor público ou privado, o acesso, mais do que uma questão relativa à oferta, deve vislumbrar inicialmente as necessidades ditas "invisíveis", caso seja internalizada a ideia de que o processo saúde-doença não prescinde de incluir outros determinantes para sua compreensão. A partir de revisão de literatura nacional e internacional das últimas cinco décadas, identificaram-se estudos que contemplaram a diversidade dos olhares em relação ao objeto de estudo. De acordo com distintos paradigmas, numa perspectiva histórica e contextual, evidenciou-se que a compreensão e a efetivação do acesso aos serviços de saúde reclamam abordagens interdisciplinares, referendando o Estado como provedor de políticas e ações organizadas que culminem em mudança no estado de saúde e na qualidade de vida do sujeito.
This study aims to highlight through the interdisciplinary perspective of Economics, Politics, Law and Socio-anthropology, the concept of access, particularly related to health care. We do not only consider the concept and redefinition of supply, demand, equity and health needs by arising from these disciplines, but also consider access regardless of public or private sector more than a question of supply; it must initially glimpse "invisible needs", in case we internalize the idea that the health-disease process does not include other determinants to be understood. Through literature review on national and international texts over the past five decades, we identified studies on the diversity of looks in relation to the object of study. According to different paradigms in a historical and contextual perspective, it was evidenced that understanding and realization of access to health care require interdisciplinary approaches; this endorses the State as provider of policies and organized actions that change health status and quality of life of the subject.