O propósito desta discussão consiste em problematizar os modos de representação social da adolescência. A tradição cientifica, especificamente a partir de Erikson (1976), favoreceu a representação social segundo a qual a adolescência é um período de passagem entre a infância e a idade adulta, isto é, um período marcado pela instabilidade, crise e turbulência cuja principal característica manifesta-se pela perda da infância e a entrada no mundo adulto. A problematização aqui apresentada deriva da hipótese de que, quando o universo adolescente adquire status de legitimidade social, que pode ser visto através da mídia e das representações sociais, então a adolescência deixa de ser aquele período de instabilidade e crise; período não familiar cujo único sentido consiste em chegar à fase adulta. A adolescência, uma vez que é representada socialmente em sua própria construção simbólica, não mais poderá ser vista apenas em seu caráter de interface, mas terá legitimado o seu próprio espaço social.
This study aims to discuss the modes of social representation of adolescence. Scientific tradition, especially from Erikson (1976), favored the social representation according to which adolescence is a period of transition between childhood and adulthood, ie, a period marked by instability, crisis and turbulence whose main characteristic is manifested by the loss of childhood and the beginning of adult life. The discussion presented here derives from the assumption that, when the adolescent universe acquires social status of legitimacy, which can be seen through the media and social representation, then adolescence is no longer that period of instability and crisis; unfamiliar period which only sense is to reach adulthood. Adolescence, as it is represented in its own socially symbolic construction, can no longer be seen only as an interface, but has legitimated its own social space.