Introdução: Os recém-nascidos (RN) internados em unidades de cuidados intensivos (UCIN) apresentam um risco acrescido de infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS). Na Maternidade Júlio Dinis (MJD), apos ter sido constatada uma incidência elevada de IACS, efetuaram-se alterações na pratica clínica diária. Objetivos: Avaliar a eficácia das estratégias de prevenção de infeção implementadas na UCIN da MJD. Material e métodos: Estudo prospetivo incluindo os RN internados na UCIN da MJD nos 16 meses anteriores (grupo 1) e nos 16 meses subsequentes (grupo 2) as intervenções, comparando-se os índices de infeção nestes dois períodos temporais. Resultados: O grupo 1, com 528 RN, e o grupo 2, com 593 RN, não mostraram diferença em relação ao peso, idade gestacional, taxa de utilização de cateter vascular central (CVC) e duração da nutrição parentérica e da ventilação invasiva. Verificou-se uma diminuição da incidência global de infeção: densidade de incidência de IACS - sépsis, pneumonia, enterocolite necrotizante e meningite - (10,0vs.6,3, p=0,0007), densidade de incidência de sépsis clínica e confirmada bacteriologicamente (9,6vs.5,9, p=0,0007), densidade de incidência de sépsis confirmada bacteriologicamente (6,8vs.4,6, p=0,015), taxa de incidência de sépsis associada a CVC (30,3vs.22,4; p=0,021) e taxa de isolamento de Staphylococcus coagulase-negativo (85,7%vs.71,1%, p=0,041). Embora a taxa de incidência de sépsis associada a CVC confirmada bacteriologicamente tenha diminuído (22vs.19), a diferença não foi estatisticamente significativa. Foram observadas tendências semelhantes entre os RN de muito baixo peso. Conclusões: O estudo demonstrou que uma intervenção baseada na evidência foi eficaz, tendo proporcionado uma diminuição de 37% das IACS na UCIN da MJD.
Introduction: Neonates admitted to Neonatal Intensive Care Units (NICU) have a substantial risk for healthcare-associated infections (HAI). A high incidence of HAI was found in Maternidade Júlio Dinis (MJD) NICU and led to changes in daily clínical practice. Objectives: To evaluate the effectiveness of new strategies for prevention of infection implemented in the NICU of MJD. Methods: We conducted a prospective study that included all infants admitted to the NICU of MJD during the 16 months before (group 1) and 16 months after (group 2) the protocol change, comparing the rates of infection in these two time periods. Results: 528 infants were included in group 1 and 593 in group 2, with no statistical evidence of different characteristics between them (weight, gestational age, CVC utilization rate, duration of parenteral nutrition and invasive ventilation). Overall mean infection indices decreased between the two periods: incidence-density of infection - sepsis, pneumonia, necrotizing enterocolitis and meningitis - (10,0 vs. 6,3; p=0,0007), incidence-density of clinical plus laboratory-confirmed sépsis (9,6 vs. 5,9; p=0,0007), incidence-density of laboratory-confirmed sepsis (6,8 vs. 4,6; p=0,015), incidence rate of central vascular catheter (CVC)-associated sepsis (30,3 vs. 22,4; p=0,021) and coagulase-negative Staphylococcus isolation rate (85,7% vs. 71,1%; p=0,041). Although incidence rate of laboratory-confirmed CVC-associated sepsis decreased (22 vs. 19), the difference was not significant. Similar tendencies were observed considering very low birth weight neonates. Conclusions: This study demonstrated that an evidence-based intervention was effective, resulting in a decrease of 37% of the HAI in the NICU of MJD.