Os estudos de prevalência sobre a violência contra as pessoas idosas, em contexto familiar, desenvolvidos nas três últimas décadas, especialmente na Europa e países anglo-saxónicos, não são suficientemente esclarecedores, por insuficiências na definição dos modelos teóricos e nos conceitos operatórios. Neste artigo de revisão sistemática da literatura identifica-se a diversidade de definições e desenhos de investigação, com impacto inevitável nas variações das estimativas. Também a perceção da opinião pública europeia sobre o problema colide com os baixos valores estimados. Procurar-se-á refletir sobre as razões subjacentes a essas representações e refletir criticamente sobre as estimativas dos estudos de prevalência de base populacional.
The studies on the prevalence of violence towards the elderly in a family context that have been conducted in the last thirty years, especially in Europe and Anglo-Saxon countries, are not sufficiently elucidative. This is due to shortcomings in both the definition of their theoretical models and their operative concepts. The authors of this article have systematically reviewed the literature and identified a diversity of definitions and research designs, which has an inevitable impact in terms of varying estimates. The European public perception of this problem is also at odds with the low figures contained in this type of estimate. The authors offer some thoughts about the underlying reasons for these representations, and critique the estimates made in population-based prevalence studies.