O texto trata de uma pesquisa qualitativa que enfoca o conhecimento das relações familiares do adolescente ofensor sexual, enfatizando as figuras da mãe e do pai, e se baseia nas entrevistas que antecedem o oferecimento de uma intervenção grupal, com os adolescentes e familiares. As entrevistas foram realizadas com sete adolescentes, entre 14 e 17 anos, e suas mães. Foram construídos três núcleos de resultados sobre: a interação familiar desse adolescente se organiza para garantir a sobrevivência da família; esse adolescente apresenta uma intensa e paradoxal relação com sua mãe; e há uma relação extremamente pobre de convivência e vinculação afetiva com a figura paterna. Concluímos que a violência sexual intrafamiliar, cometida pelos adolescentes, está ligada à dinâmica afetiva familiar de distanciamento e autoritarismo. Uma melhor compreensão da violência presente nas relações familiares desse adolescente é fundamental, porque uma característica desses sujeitos é a falta de habilidade social, e esse aspecto provém de um processo pobre de vinculação com seus pais.
This text deals with a qualitative research about family relations of the sexual offender adolescent, with emphasis on the paternal figures, and is based on the interviews that precede the offer of a group intervention with the adolescents and their families. The interviews were conducted with seven adolescents and their mothers. Three nuclei results were interpreted: the family interaction of this adolescent is organized to guarantee the survival of the family; this adolescent presents an intense and paradoxical relation with his mother; there is an extremely poor living relation and affective link with the father. We conclude that the intra-family sexual violence made by the adolescents is linked with the family affective dynamics of distance and authoritarianism. A better comprehension of the violence present in the family relations of this adolescent is of fundamental importance because one of their characteristics is the lack of social ability, which originates from a poor process of linking with their parents.