O estudo examinou como as crianças avaliam: sentimentos do beneficiário diante de uma ação generosa, o tipo de relação estabelecida entre esses sentimentos e o benfeitor, a obrigatoriedade ou não de se retribuir um favor e as justificativas. Participaram 89 crianças de 5 a 12 anos, distribuídas em três grupos etários. Utilizaram-se duas histórias sobre situações cotidianas. A maior parte das crianças estabeleceu relação entre o sentimento positivo do beneficiário e a ação do benfeitor. Os resultados sugerem uma evolução nas concepções das crianças sobre a obrigação de retribuir. As crianças mais jovens foram as que mais apresentaram justificativas de consequência para o benfeitor. A justificativa de retribuição como um bem moral apareceu apenas no grupo de crianças mais velhas.
In this study we examined the ways in which children evaluate: the beneficiary's feelings following a generous action, the type of relation established between these feelings and the benefactor, the sense of obligation or not to repay the favor, and the justifications. Participants were 89 5- to 8-year-old children, divided into three age groups. We used two vignettes involving daily occurrences. Most of the children established a relation between the beneficiary's positive feeling and the benefactor's action. The results suggest an evolution in children's conceptions about the obligation to repay the favor. The youngest children were those who were most likely to justify repayment because of consequences to the benefactor. The justification that repayment is a moral good was seen only in the group of older children.