No presente artigo, discutem-se as concepções de saúde e ambiente de agentes comunitários de saúde (ACSs) atuantes em duas comunidades ribeirinhas do eixo Ilhéus-Itabuna, sul da Bahia, Brasil, e suas atividades de promoção da saúde voltadas para o ambiente. Foram analisadas entrevistas semiestruturadas de 14 ACSs, tratadas com a técnica do discurso do sujeito coletivo proposta por Lefèvre e Lefèvre (2005). Nos discursos, os ACSs revelaram uma concepção ampla de saúde (qualidade de vida e direito) e relacionaram o ambiente ao território, embora o concebam como lugar onde as pessoas vivem. Também fazem relação entre saúde e melhorias no ambiente, e apesar de viverem e trabalharem em um território com problemas ambientais graves, suas atividades voltadas para o ambiente são pontuais e de conduta individual. Nessa perspectiva, reorientando o processo de trabalho, os ACSs indicam a capacidade de criar novas formas de relação entre ambiente e saúde. Potencializar esses atores que vivem na cena da tensão dos vários territórios em que transitam, valorizando seus saberes e sua vivência do(no) ambiente onde moram ou trabalham, pode ser o primeiro passo na direção da mudança, com a reorientação das práticas sanitárias e do modelo assistencial.
This article discusses the health and en-vironmental concepts of community health agents (CHAs) working in two riverside communities in the Ilhéus-Itabuna axis, in southern Bahia, Brazil, and their health promotion activities focused on the en-vironment. Semi-structured interviews carried out among 14 CHAs were analyzed using the collective subject discourse technique proposed by Lefèvre and Lefèvre (2005). In their discourses, the CHAs proved to have a broad view of health (quality of life and rights) and related the environment to the territory, although they consider this as the place where people live. They also relate health to environmental improvements, and although they live and work in a territory where there are serious environmental issues, they undertake environment-related activities only occasionally and individually. From this perspective, reorienting the work process, the CHAs show they are able to create new forms of relationship between the environment and health. Leveraging these players, who live on the scene of the tension of the several territories they transit in, valuing their knowledge and their experience of (in) the environment where they live or work, can be the first step taken toward change, with the reorientation of the health practices and of the health care model.